The OA é uma série criada pela
dupla Zal Batmanglij e Brit Marling (Brit Marling também é a protagonistas da
série) e produzida pela netflix, onde estreou sem muita divulgação, mas com bastante
destaque no menu de títulos. E para falar de The OA, vou citar um trecho do
primeiro episódio, que é o resumo perfeito do que esperar da produção:
“Vou lhes contar minha história do começo. E uma hora, vocês entenderão por que estão aqui... O que podem fazer juntos... Como podem ajudar pessoas que nunca encontrarão. Mas vocês tem que fingir que confiam em mim até que realmente confiem.”
Com esse diálogo, a
protagonista OA começa contar a sua história, para os outros personagens e para
audiência, que vivencia um pouco de sua oratória antes de embarcar na
imaginação dos ouvintes da cena, que sempre escutam tudo com atenção, enquanto
esperam não estar ouvindo um sonho e sim um flashback.
The OA te intriga desde a
primeira cena, com uma fotografia criativa, que entrega uma primeira surpresa
que te chama atenção, num momento da narrativa, que se fosse feito de outro
jeito, seria clichê. A série aos poucos vai te entregando fatos, que precisam
ser explicados, mas que em nenhum momento deixam de ser fatos que podem ser
questionados. E é prestando atenção nesses fatos, que você no clímax final da
temporada irá julgar se realmente confia em OA, ou se só vai continuar fingindo
que confia.
A Fotografia novamente é
fundamental para fazer a audiência embarcar no mundo da série, pois se apoia em
simples efeitos nas transições, que acompanha uma trilha melancólica para dar o
tom da produção. Alguns episódios são longos, mas isso acontece, pois cada
episódio é um ciclo e cada ciclo tem o tempo que precisa. A série também gira
em torno do presente de cada personagem, onde cada um tem os seus problemas, e
a série mostra cada um buscando força ou serenidade que cada personagem precisa
para vencê-los.
Mas é o clímax que é fundamental
para que cada um crie a própria opinião sobre a série, pois é nesse momento que
ela entrega uma avalanche de fatos, que em nenhum momento tenta explica-los.
Todos ficam soltos pelo ar e a série te obriga a juntá-los por conta própria e
assim responder a pergunta principal, que é você confia nela mesmo assim ou vai
continuar fingindo que acredita? A partir daí ele finaliza num acontecimento
que fecha a temporada de forma precisa, pois não deixa um forte Cliffhanger
(gancho).
Assim a Netflix pode finalizar a série por aqui e veremos as nossas
imaginações decidir qual é o final, ou ela pode dar uma nova temporada e
responder de forma clara a pergunta.
Foi
tudo um sonho ou... ? (Veja a série e preencha a segunda parte da pergunta por
você mesmo). Por bem ou por mal, essa é uma série que vale a pena ser
assistida.
Texto: Leandro Ferreira
Disponível
na Netflix