quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O Regresso - de Alejandro González Iñárritu

O Regresso é um filme dirigido pelo premiadíssimo diretor Alejandro González Iñárritu (o mesmo de Birdman, 21 gramas, Biutiful e Babel), que com essa obra venceu o Oscar de melhor diretor na premiação de 2016. O filme se equilibra entre qualidades e defeitos, o que potencializa algumas características. Iñárritu entregou uma obra longa e com um roteiro arrastado, que repetiu situações, na esperança de encantar em uma “poesia visual”, mas que só serviu para me tirar do filme por inúmeras vezes.

Tirando esses problemas óbvios, me incomodou muito a necessidade de aparecer do diretor em vários momentos. Com uma fotografia fantástica, uma trilha sonora sólida e com algumas atuações memoráveis, o diretor se destaca em algumas decisões, como na famosa cena do urso, onde ele dirige uma sequência difícil, com um plano sequência que não confundi e nos passa o exato sentimento que precisávamos para admirar a atuação do protagonista. As cenas das florestas com perseguições, foi uma outra boa sacada, pois a decisão por alguns planos sequência com alguns jogos de ângulos e lentes, nos mostrou o quão perdido alguns personagens estavam na situação e ao mesmo tempo nos deu a exata situação que esses personagens se encontravam.

Certamente Iñarritu conseguiu o que queria com alguns louros em premiações e cenas que vão ser objeto de estudos para atuais e futuros cineasta, mas infelizmente o excesso dessas situações, trouxe um filme um pouco maçante e um pouco esquecível, que felizmente não irá apagar pelo menos quatro ótimas atuações,  do cacique interpretado por Duane Howard, do capitão vivido por Domhnall Gleeson (Questão de Tempo), do explorador que contou com a atuação de Tom Hardy (Mad Max: Fury Road e a Origem) e de Leonardo DiCaprio, que fez uma atuação única e tão intensa, que se o diretor só se preocupasse em capitar os momentos e não tentasse atrapalhar tanto, teria sido mais impressionante do que foi.



O Regresso é Leonardo DiCaprio em grande forma, mas que teve um diretor mais preocupado em mostrar como ele é bom, do que entregar uma obra prima de verdade, que esse filme tinha totais condições de ser.



Texto: Leandro Ferreira
Disponível no Now da Net/Claro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário