O Regresso é um filme dirigido
pelo premiadíssimo diretor Alejandro González Iñárritu (o mesmo de Birdman, 21
gramas, Biutiful e Babel), que com essa obra venceu o Oscar de melhor diretor
na premiação de 2016. O filme se equilibra entre qualidades e defeitos, o que
potencializa algumas características. Iñárritu entregou uma obra longa e com um
roteiro arrastado, que repetiu situações, na esperança de encantar em uma “poesia
visual”, mas que só serviu para me tirar do filme por inúmeras vezes.
Tirando esses problemas óbvios,
me incomodou muito a necessidade de aparecer do diretor em vários momentos. Com
uma fotografia fantástica, uma trilha sonora sólida e com algumas atuações
memoráveis, o diretor se destaca em algumas decisões, como na famosa cena do
urso, onde ele dirige uma sequência difícil, com um plano sequência que não
confundi e nos passa o exato sentimento que precisávamos para admirar a atuação
do protagonista. As cenas das florestas com perseguições, foi uma outra boa
sacada, pois a decisão por alguns planos sequência com alguns jogos de ângulos e
lentes, nos mostrou o quão perdido alguns personagens estavam na situação e ao
mesmo tempo nos deu a exata situação que esses personagens se encontravam.
Certamente Iñarritu conseguiu o
que queria com alguns louros em premiações e cenas que vão ser objeto de
estudos para atuais e futuros cineasta, mas infelizmente o excesso dessas
situações, trouxe um filme um pouco maçante e um pouco esquecível, que
felizmente não irá apagar pelo menos quatro ótimas atuações, do cacique interpretado por Duane Howard, do
capitão vivido por Domhnall Gleeson (Questão de Tempo), do explorador que
contou com a atuação de Tom Hardy (Mad Max: Fury Road e a Origem) e de Leonardo
DiCaprio, que fez uma atuação única e tão intensa, que se o diretor só se
preocupasse em capitar os momentos e não tentasse atrapalhar tanto, teria sido
mais impressionante do que foi.
O Regresso é Leonardo DiCaprio
em grande forma, mas que teve um diretor mais preocupado em mostrar como ele é
bom, do que entregar uma obra prima de verdade, que esse filme tinha totais
condições de ser.
Texto: Leandro Ferreira
Disponível no Now da Net/Claro.
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